Escravas sexuais estão no centro do conflito entre Japão e Coreia do Sul


Uma estátua acabou dando início a um novo conflito diplomático entre os dois países. Entenda o caso!

 

Uma estátua de bronze de uma jovem, descalça e sentada em um banco, simbolizando a “mulher de conforto”, que eram as escravas sexuais levadas para os militares japoneses na Segunda Guerra Mundial.

Essa estátua está na frente ao consulado japonês em Busan, cidade coreana.

Cerca de 200 mil mulheres foram levadas para a Coreia do Sul durante a guerra para se prostituírem de vários países, de países como China, Indonésia, Filipinas e Taiwan e coreanas, na grande maioria. Acredita-se que  46 delas ainda moram no país.

Algumas dessas mulheres ainda moram num asilo na cidade de Gwangiu, numa estrada secundária na zona rural, no caminho existem algumas placas e estátuas com as histórias dos moradores. Como a de Ok-seon, que foi raptada aos 15 anos e levada para China na época ainda controlada pelo Japão. Ela foi mandada para longe de casa para ser empregada doméstica, por seus pais, pois eles não tinham condições financeiras, mas foi sequestrada e mandada para a China. Onde foi escravizada sexualmente numa “estação de conforto”, por três anos, pelo exército japonês. Ela ainda tem cicatrizes nos braços e nas pernas, das punhaladas que levava, tentou fugir, diversas vezes, mas sempre a levavam de volta ao bordel, devido às surras que levava perdeu os dentes e a audição, e ainda devido a lesões ficou estéril. Devido aos testemunhos que eram submetidas às mulheres, como o de Ok-seon só vieram a tona em 1981. Apenas 12 anos depois que o Japão reconheceu que usava os bordéis.

O Japão fez um pedido de desculpas em 2007, mas muito não foi aceito, pois os japoneses negavam o fato das mulheres serem escravas sexuais na Segunda Guerra. Mais recente no dia 28 de dezembro de 2015, as autoridades do Japão e da Coreia do Sul firmaram um acordo para esquecer o assunto, da Coreia do Sul, no acordo, foi incluído um fundo de compensação de R$ 26 milhões para ajudas essas vitimas que ainda estavam vivas.

Seul se comprometia a dar o caso por encerrado, mas a estátua colocada em frente ao consulado do Japão em Busan, exatamente um ano depois e a retirada do embaixador japonês de Seul, a história voltou à tona.

Os ativistas colocaram a estátua com uma forma de critica ao pacto, pois acredita que as vítimas deveriam ter sido consultadas e pelo Japão não assumir as responsabilidades. No total foram 37 estátuas no país e uma na Austrália.

A polícia de Busan inicialmente retirou a estátua, mas ela foi novamente instalada. A estátua viola o acordo de 2015, para os japoneses, que determinava que o assunto fosse encerrado de forma definitiva. O primeiro ministro japonês Shinzo Abe quer que ambos os países cumpram o acordo.

Tóquio retirou do país seu cônsul-geral e o embaixador em Busan, além disso, suspendeu a troca de moedas e procrastinou negociações entre os países.